Congregação: Filhos de Maria Imaculada – Pavonianos

Comunidades

Santuário-Basílica de Santo Antônio

1956

Santuário de Santo Antônio

Aos 04 de julho houve a primeira reunião oficial dos que deveriam tomar conta da construção do Santuário. Foi apresentada a 1ª Diretoria:

Diretoria de Honra:

Presidente de honra: Dom José Joaquim Gonçalves; 1º Vice Presidente: Joaquim Calhau; 2º Vice Presidente: Vice Consul da Itália em Vitória: Hilário Soneghet[1]3º Vice Presidente; Vice Consul do Portugal em Vitória.

Diretoria efetiva:

Presidente: Pe. Mateus Panizza – 1º Vice Presidente: Oscar Paulo da Silva – 2º Vice Presidente: Aristides Bassini – Secretário Geral: Pe. Virgínio Steffenini – 1º Secretário: Francisco Eugênio de Assis – 2º Secretário: Antônio Pola – Auxiliar: René Adelino da Silva –Tesoureiro Geral: Agostinho Quintão – 1º Tesoureiro: Izabel Cavati Rocha – 2º Tesoureiro: Alaydes Adalberto Rosa – Conselheiros: José Boina, João Vitor de Souza, Augusto Dias, Oswaldo de Souza Neves – Departamento de Imprensa e Publicidade: Francisco Eugênio de Assis e Gentil Patrocínio – auxiliares: Izabel Cavati Rocha, Alaydes Adalberto Rosa – Barraquinhas: Aurora Morais de Assis, Marta Marques da Silva, Ângela Uccelli Bissoli – Roleta: Hilda Marques, Anieta Chagas, Maria José Lima – Assistência aos operários: Benedito Rosalém, Quintiliano Bissoli, Máximo Costa.

A primeira prestação de contas deu: a) arrecadações  para a Construção, Cr$ 44.440,00, festa de Santo Antônio Cr$ 89.145,00, despesas totais Cr$ 74.334,70.

A obra conseguiu a ajuda de presos civis, postos a disposição pelo Secretário do Interior Dr. Carlos Marciano de Medeiros, ficando os presos a cargo da construção do Templo com alimentação e  uma diária de Cr$ 10,00 colocados na C. Corrente de cada um no Banco. Foi decidido que houvesse cada domingo festa para arrecadar dinheiro  e esta ficaria  cada semana sob a responsabilidade de uma Associação planejada de antemão.

Foram regularizados os vários jogos, inclusive o da roleta, diante da intervenção do Juiz da 6ª Vara Criminal. As festas davam em média Cr$ 1.000/1.500 cruzeiros por semana. Foi pensada uma Peregrinatio  da estatua de santo Antônio nas famílias a partir da quadra mais central, isto é, entre as Ruas Alvimar Silva, av. Santo Antônio e Manuel Furtado.

 

1969

Comunidade do Santuário-Beira Mar

Na época tudo era Comunidade da Matriz, mas esta área era bem diversificada, chamave-se Beira Mar. Era o colchão mole, a Prainha, a parte nobre. Depois de Grupos animados de reflexão e Santas Missas celebradas, liturgicamente preparadas de acordo com a nova liturgia, quase como um prémio fundou-se um Praesidium da Legião de Maria, no qual entraram verdadeiros líderes. Um deles hospedava a Comunidade num Bangalô, onde podia ser vista até a televisão! Em seguida Instrução catequetica e santa Missa.

1983

Comunidade do Santuário

Está em via de formação a Comunidade do Santuário que será apresentada em 23 de novembro, envolvendo participantes de outras comunidades por encontrar-se aqui, também, os coordenadores paroquiais e já será operante no próximo ano:

1.     Coordenadora geral: Dª Josefa;

2.     Tesoureira: Dª Divina;

3.     Coordenadora catequese: Dª Terezinha G.;

4.     Coordenador do Grupo Jovem: Edmilson;

5.     Coordenador da equipe de canto: Tânia, Valvim;

6.     Coordenador de Instrumentos: Valvim;

7.     Coordenador do Batismo: Dª Carminha;

8.     Coordenador dos Casamentos: Efigênio e Dª Leni;

9.     Coordenador da equipe de construção: Sebastião;

10. Zeladora da Igreja: Dª Leni;

11. Ministros da Eucaristia: Valvim, Dª Josefa;

Secretária: Dª Luzinete Azevedo

1985

Comunidade do Santuário

A BAIXADA DO SANTUÁRIO

A área da BAIXADA[2], fazia parte da recém-criada Comunidade do Santuário Basílica de Santo Antônio.

A Baixada do Santuário, situada entre á Rodovia Serafim Derenzi e a Orla marítima, tendo como vizinhos os bairros de Inhanguetá e a Prainha de Santo Antônio Era uma área de mangue, rica em caranguejo e outros crustáceos, que foi invadida, dando lugar aos barracões de madeira nos terrenos acrescidos. Havia canais por onde navegavam as embarcações carregadas de pó de madeira das serrarias para os aterros dos lotes. A invasão começou aproximadamente em 1950 até 1970. A maioria dos moradores chegou do meio rural do nosso Estado, outros eram pescadores da mencionada área.

Nos anos 68-69 os moradores passaram ter as visitas frequentes do Padre José Riva, que se preocupava com a pobreza e a educação das crianças, cujos pais eram desempregados.

Mais tarde apareceu um “ANJO”, que se chamava Wanda Lyrio Simonetti, que era casada com Milton Simonetti e tiveram 6 filhos. A família tornou-se amiga dos Padres Pavonianos e bem jovem foi ser catequista na Ilha das Caieiras, onde morava com seus pais. Casada continuou a ser catequista das crianças em vários lugares, inclusive no Parque Infantil Darcy Vargas.

Morava bem próxima da Baixada, vendo que os evangélicos dominavam a área, ela com Helena Rolim e Ilza Quedevez e outras senhoras iam pelas Palafitas e Becos, rezar o terço nas casas dos católicos e fazendo visitas aos doentes e necessitados. No período de 1980 até 1992, houve a preocupação de fazer um trabalho com as crianças que não iam à igreja católica. Dai surgiu a ideia de fazer catequese no local onde viviam aquelas crianças.  Depois do 1985 com a autorização do Padre Norberto Didoni, começamos a dar a catequese no terraço da casa de Marina, situada à Rua Aderbal Atayde Guimarães, aos sábados com as catequistas, Wanda Lyrio Simonetti, Ilza Quedevez, Elizabeth Cristina de Mello, Maria da Penha Pontini de Mello e outras que colaboravam com a formação das crianças, cujas idades variavam de 6 a 14 anos. Preparavam também os adolescente para a Primeira Eucaristia, que era realizada no Santuário de Santo Antônio. Aluízio Soares de Mello, era o responsável da perseverança dos jovens que haviam feitos a sua Primeira Eucaristia. Após as aulas as crianças e jovens ficavam felizes com os lanches que recebiam das catequistas.

Havia também no mês de maio Coroação de Nossa Senhora que era realizada no terraço da casa do Aluízio e de Maria da Penha.  Ela fazia as roupas dos ANJOS, com muito amor e satisfação.  Padre Norberto, gostava muito do trabalho de evangelização da Baixada, que começou com os adultos, as crianças e adolescente. Muitas vezes celebrava a Missa no terraço da casa de Dª Marina, depois do catecismo. O grupo das catequistas organizava também os Círculos Bíblicos pelas casas dos moradores do bairro, inclusive Dona Wanda, já muito doente não deixava a sua missão, que tanto amava. Foi somente nos últimos dias da sua vida, (14-04-2011), quando ela recomendou a todos que continuasse o trabalho. Hoje além do Aluízio e Maria da Penha, levam os Círculos Bíblicos, a filha de dona Wanda (Wanda Maria Lyrio Simonetti), Maria Délia, Maria Auxiliadora Pimenta, Waldirene, Tereza e outros.

 

1995

Comunidade do Santuário

Alberto Bogani,[3] que já tinha morado em Rio Bananal em 1968/70, como nosso religioso, agora afirmado pintor, queria colaborar conosco de alguma maneira. Na  Itália, em maio,  conversou com Pe. Flório e decidiu embelezar com o seu gênio o nosso Santuário: Pintei mais de 70 igrejas em todo mundo e decidi pintar o Santuário de Santo Antônio, pois presenciei a sua construção. Desejo realizar este propósito de forma totalmente gratuita, como expressão de ação de graças ao Senhor que tantas coisas me deu durante a vida. Pinto por prazer e aqui em cima eu esqueço do mundo, confessou uma vez, enquanto estava trabalhando. Em  agosto encontra-se em Vitória para historiar a ábside do Santuário. A  primeira ideia, descartada a ideia de  representar os Sacramentos, seria a representação das sete obras de misericórdia corporal, tendo em conta a realidade do nosso povo. Virá mais três vezes em 1997, em 1999 e em 2002  com a colaboração dos decoradores Ercolino Borghi  e Renzo  Buonvicini. Neste ano ele pinta os santos da ábside[4]. À pergunta: porque colocou Ludovico Pavoni, Tereza de Calcutá e José de Anchieta que ainda não eram santos, respondeu:Deixa, que está bem assim! Os três hoje são canonizados! Em 07/09 voltam para a Itália deixando concluída a pintura da cúpula do Presbitério.

Uma reflexão sobre o complexo dos trabalhos será colocada aqui nestas páginas no ano de 1999.

De esquerda para a direita: 1º São Vicente de Paulo; 2º uma Mãe, homenageando e retratando a mulher anônima e todas as mulheres que se tornarão mães dando à luz os que como Filhos de Deus, merecerão a vida eterna; 3º São Ludovico Pavoni, o fundador dos Filhos de Maria Imaculada; 4º Madre Tereza de Calcutá, na cor cinza da imagem, uma moça prostrada, como homenagem ao Lar da Menina II, que acolhe as adolescentes de rua; 5º São José de Anchieta, Jesuíta, apóstolo do Brasil, e do Estado do Espírito Santo em particular, onde faleceu. Abaixo destas representações, podem-se ler as palavras do convite de Jesus quando entraremos todos na sua casa: Vinde, benditos do meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo!  Na cúpula do ábside, acima do altar, avistam-se assim as testemunhas da Misericórdia de Deus, aqueles que vivenciaram, no tempo, a Palavra.

Temos a reforma da pintura do Santuário, tanto do interior como na parte  externa, sob a orientação do mesmo Bogani; a pintura externa se constitui de paredes brancas, cúpulas prateadas e a cor preta nas divisões horizontais da construção, sendo a base de um marrom mais avermelhado e as janelas, frontões e divisões verticais em marrom claro, que junto à iluminação automática implantada pela Prefeitura Municipal de Vitória em 1994, dão destaque à obra e a projeta à longa distância.

 

Em julho Pe. Flório e Pe. Remo apresentam um orçamento  com a descrição das intervenções projetadas:

  • Revisão e conserto dos vitrais coloridos das janelas bastante danificadas, por um valor de R$. 13.000,00;
  • Remoção, consertos e pintura das grades externas de proteção dos vitrôs, por um valor de R$. 3.700,00;
  • Abertura de quatro janelas no Presbitério para favorecer a ventilação. Valor R$ 1.500,00;
  • Revestimento externo das cúpulas com material apropriado para evitar infiltrações no valor de R$. 10.000,00;
  • Renovação da pintura interna no valor de R$. 7.500,00.
  • Aluguel durante três meses de 500 peças de andaimes e tábuas para as pinturas da cúpula do presbitério.
  • Desenho plástico do interior da cúpula que cobre o presbitério. Este trabalho será realizado gratuitamente por Alberto Bogani. A ele nosso antecipado e sincero agradecimento.

O Orçamento das reformas indicadas totaliza a importância de R$ 37.200,00

Pe. Flório assim escrevia: O mês de agosto marca a data do nascimento de Santo Antônio, padroeiro da nossa Paróquia. Em agosto deste ano, coincidindo com o 8º Centenário (ele nasceu em 1195), o nosso Santuário fervilhou em obras por dentro e por fora. O resultado está à vista de todos, destacando-se a magnifica pintura deixada no interior da cúpula do presbitério pelo artista Alberto Bogani e os decoradores Lino Borghi e Renzo Bonvicini…

  • Pintura, arquitetura, escultura, vitrais e música: eis o conjunto artístico oferecido pelo Santuário de Santo Antônio.
  • Cabe a nós fazer com que, também, as liturgias se tornem momentos de encontros celebrativos nos quais o irmão se sinta bem acolhido, e Deus Pai seja louvado “à altura”.

No decorrer do ano, Pe. Remo, vendo que o caruncho estava atacando a madeira da cruz, mandou a reformar o Crucifixo do altar do Santuário; foi repristinado por Ettore Povegliano que trocou a Cruz, colocando uma de peroba e deu outra coloração ao Cristo, antes com a coloração natural da peroba, obscurecendo tudo com um verniz Anti Cupim na cor marrom da madeira.

 

 

1997

Em 11 de agosto Alberto Bogani volta para pintar no Santuário as simbologias da parte alta do Santuário, os quatro evangelistas e os quadros da Natividade e da Ressurreição[5]. São quadros de 5,60 x 3,71 m. cada um!

Compondo vida, amor, morte, ressurreição, encontram-se abaixo da cúpula central os quatros evangelistas simbolizando, cada um, suas respectivas naturezas divinas que aparecem sob seus pés: Lucas com o símbolo do touro, João com o símbolo da águia, Marcos  com o símbolo do leão, Mateus com o símbolo do anjo.

Sustentando a cúpula temos quatro arcos. Neles Bogani aproveitou para deixar ainda mais expresso em sua arte, a existência de sua fiel religiosidade. Partindo da entrada principal contempla-se no primeiro arco, o símbolo que mostra o nascimento da Igreja Católica Apostólica Romana através das chaves, recebidas pelo apóstolo Pedro. Nos outros restantes, da esquerda para a direita, observa-se: 1º a imagem que simboliza Maria; 2º a imagem que simboliza a Eucaristia; 3º a Imagem que simboliza a Congregação Filhos de Maria Imaculada, isto é, dos Pavonianos.

Na Natividade Nossa Senhora dá à luz o Menino Jesus. Vemos Maria, contemplando Jesus após tê-lo posto ao mundo. No quadro retratam-se as mulheres sofridas. Reporta-se à Mãe de Deus, o reconhecimento de sua virgindade, quando seu esposo José, de mãos postas, saúda a sua grandeza. Avista-se, também, o moço do sub-mundo suplicando. Seus desejo é de que o Espírito Santo o tire do abismo em que se encontra. A proposta de que o dom da fé lhe seja motivo para uma vida de fidelidade a Deus. Aos visitantes, o quadro passa a ter significativa crença a Deus por Maria: Eu creio! A mulher que no cenário do nascimento oferece o copo de leite, é uma homenagem ao programa do “copo de leite diário” para as crianças desnutridas, que funciona na paróquia;

Na Ressurreição à direita dois anjos localizam-se  na cabeça e pés  respetivamente da pintura. O chão quebradiço mostra que acontecera um terremoto. A representação , traduz o pecado em toda sua forma desprezível. O homem com a espada almeja a jovialidade – a imaginação nos leva ao encontro da velhice, porque ele tem medo da morte – e o outro vai ao encontro do abismo por não mais encontrar-se na fé em Cristo.

Temos uma carta-diálogo de Alberto com Deus, deste ano antes de voltar à Itália, que bem descreve  a sua alma. Ele imagina que com seu barquinho está chegando perto de Deus, que lhe tinha pedido, há tempo,  um pouco de sua pintura… é por isso que te mandei pintar a Igreja de Santo Antônio!

E Alberto responde:

Compreendi tudo agora…, espera! Papai, estou chegando!

Está certo, nós precisamos de Ti e só de Ti.

No entanto com o coração cheio de lágrimas, lembrando, também, meus amigos Renzo e Lino, que hoje não estão aqui, vou Te dizer com estas pinturas, que Te amo.

Meu querido Pai, lembra-te de guardar com teu carinho todos que querem viajar comigo, no meu barquinho.

Até logo, Papai!

Nessa oportunidade, durante o inverno, o Santuário ficou fechado por um mês, porque lotado de andaimes para as pinturas centrais, no alto. As celebrações religiosas são realizadas na Matriz. É feita uma reforma no presbitério do Santuário, muda a parede de fundo do crucifixo que agora aparece iluminada. Aproveitou-se  desta oportunidade para que os pintores refizessem toda a “veste” interior do Santuário. Alberto escolheu as cores das tintas, bem como as luzes indiretas do crucifixo central e também da capela do Santíssimo. O critério usado  foi o de não “carregar”  o conjunto, mas de realizar um ambiente acolhedor e muito bem equilibrado. O lugar da capela do Santíssimo foi adaptado visando duas finalidades: favorecer a devoção íntima e pessoal dentro da capela e, para orações em grupos, a possibilidade de participar desde os bancos do Santuário, logo afora da própria salinha do Santíssimo.

Aos 29 de agosto Lino e Renzo, os colaboradores de Alberto, voltam para a Itália. Alberto continua para os acabamentos até 19 de setembro e aceita de fazer umas pinturas na Igreja de São Camilo na Mata da Praia. Aos 11 de setembro, quinta feira, às 19h, com solene Celebração Eucarística é feita a despedida do Alberto Bogani que tanto deu ao nosso Santuário. Voltará  ainda para terminar os trabalhos!

Assim, juntamente com a colocação do Batistério, foram trocados os ambões. Na frente do altar, no presbitério ficou um novo ambão de mármore no valor de R$. 1.830,00 da Brasil Rocha Granitos e Mármores da Av. Fernando Ferrari, 3530 – Aeroporto. Foram  trocadas as esquadrias de madeira do Santuário todo para as de alumínio da Firma Art Metal de Colatina no valor de R$ 10.500,00, e os vidros coloridos com a Firma Catedral Vitais Artísticos Ltda. de Campo Grande para o valor de R$. 4.200,00. Foram renovadas as placas acústicas das cúpulas no valor de R$. 12.350,00 e foi feito o polimento do piso no valor de R$. 3.620,00. As despesas totais com a mão de obra alcançaram o valor de R$. 59.161,32.

1999

Comunidade do Santuário

1999

Comunidade do Santuário

No começo de setembro Bogani, desta vez sozinho, volta e pinta os quadros da Anunciação e do Pentecostes [6].São quadros de 4,32 x 3,71 m.

Na Anunciação o Anjo revela a proposta do Pai: de Maria  se tornar a Mae de Jesus, o Filho de Deus, através do Espírito Santo. Maria deixa ao seu lado o cesto com os trabalhos com  os quais estava lidando. A Anjo dialoga com Maria, apontando para o símbolo do Espírito Santo em um banho de cores amarelos, sinais de pureza e divindade, e, ao mesmo tempo, parece  dar a resposta à pergunta de Maria, lembrando ser Ele mesmo que participará ao Mistério. Maria de braços abertos acolhe a proposta e, reclinando a cabeça, se professa serva do Senhor. O fundo celeste do quadro espalha serenidade e segurança.

No Pentecostes Alberto não quis somente representar a Descida do Divino Espírito Santo sobre os Apóstolos e Maria, mas é uma pintura abstrata que quer representar o Sacramento do  Crisma. Acima contempla-se o sol retratando a luz que ilumina a humanidade, preparando-se para a vinda do Senhor. Vê-se o fogo sobre a cabeça de cada individuo. Importa-se aí entender a sabedoria ilustrada pelas chamas. Contemplamos assim, através da imaginação, o forte vento representado pelas asas de uma borboleta. No centro está a Virgem Maria com crianças à espera da benção de Deus.

A prestação de contas  dos gastos da reforma interna do Santuário de Santo Antônio, apresentada pelo Pároco, incluindo a finalização da colocação dos painéis acústicos nas outras semi cúpulas dá uma despesa do ano em R$. 16.865,08.

O material adquirido da Lojinha do Santuário foi de R$. 5.005,00

 

2002

Comunidade do Santuário

Alberto Bogani volta, novamente,  em Vitória aos 17 de agosto com seus colegas para terminar o  trabalho no Santuário. São deste ano os quadros do presbitério: a Última Ceia e a Crucifixão[7]. Passaram  a trabalhar durante a semana das 03h de madrugada até   às 17h. e em setembro terminaram! Ao mesmo tempo o colega Lino Borghi tem tempo para pintar o Crucifixo na Capela de São Sebastião e Renzo Buonvicini uma Nossa Senhora com criança que em 2016 será coberta para colocar no retábulo um Cristo Ressuscitado.

Na Última Ceia encontramos duas intuições:

1ª Jesus instituindo a Eucaristia, contempla  o Pai para lhe falar. Deus, retratado  pelo Espírito Santo – sol acima – traz no seu interior  linhas amarelas que são artisticamente  imaginadas para mostrar a divindade do Salvador da humanidade. Na contraluz  – pintura sombreada/escura – observa-se Judas Iscariotes. Esta inversão da luz é para mostrar a intenção do apóstolo. Observa-se em sua mão esquerda o dinheiro recebido pela traição ao Mestre e a mão direita puxando a toalha para receber a comida antes dos outros companheiros. Expõe-se desta forma todo o egoísmo e o desprezo para com a solidariedade;

2ª as colunas que se veem, expressam a fé e o amor. Entende-se , portanto, Jesus, o Irmão Maior, doando o seu Corpo e Sangue em combinação com o Projeto, os ideias do Pai, que o convoca para integrar-se no seio da santíssima Trindade.

Na Crucifixão Jesus morre num pé de madeira. A cruz não é de todo a madeira em si. Começa como madeira pelos pés, transformando-se  em luz até a sua cabeça. A faixa de luz traz a ideia de morte e sofrimento. Em Jesus compreende-se  a escolha, a crença e a realização de uma vida em e por amor. Ao fundo observa-se ladrões na penumbra. Figuram a angústia, o egoísmo, a desprezo, a traição, etc. logo entendemos que as cores mais escuras retratam a personalidade das personagens que não vivenciam as virtudes e a crença do homem fiel. De modo que a simbologia compõe a ironia e o deboche de descrentes como, por exemplo, o homem que joga dados para tirar a sorte grande, desejando possuir a túnica de Cristo. A mulher que sorri, zomba da morte e os que estão ao seu lado debocham do sofrimento daquele que veio ao mundo para salvar a Humanidade. Ao mesmo tempo pode-se visualizar  o povo bem-amado, sofrendo, como é o caso de Maria  Madalena. À sua frente, Nossa Senhora amparada por João, põe as mãos ao rosto. Seu desejo é o de abafar o grito de angústia: afinal perdera tragicamente o Filho tão amado!

 

Terminada as pinturas, podemos fazer uma panorâmica do conjunto realizado pelo pintor Alberto Bogani, artista de grande religiosidade, com a colaboração de Ercolino Borghi e Renzo Buonvicini.

Quem era o homem. Bogani nasceu em Límido Comasco na Itália, em 13 de fevereiro de 1935, faleceu aos 12 de maio de 2016 em Como (Itália).

Quem era o pintor. Ele sempre achou que a sua escolha de ser pintor foi devida a uma força superior. A sua vida devia ser diferente: tornar-se religioso presbítero. Em Rio Bananal, onde em 1960 foi enviado para ter a possibilidade de refletir sobre sua vocação, encontrou-se com um desafio: as capelas do lugar precisavam ser enfeitadas para mostrar uma visão imediata da História da Salvação. Foi feito a ele o pedido, sabendo dos seus estudos, da sua capacidade e do seu amor pela pintura. No começo titubeou.  Naquele momento percebeu uma força interna que o incentivava a aceitar. De noite, diziam os irmãos da casa, fazia seus projetos e de dia historiava as capelas. Durante o trabalho percebeu que a sua missão evangélica podia e devia ser desenvolvida com outros meios expressivos. Os superiores o aconselharam a seguir este caminho, mesmo se ele recalcitrava; a pintura tornou-se a sua escolha de vida e ele entendeu que devia pregar com as cores a Vida, finalizada ao Cristo Redentor, enviado de um Pai Misericordioso, amante dos homens.

Além de ser professor de pintura em afrescos na Academia de Belas Artes ‘Aldo Galilei’ até o ano de  1999, suas obras mais importantes se enquadram em motivos sacros feitos em afrescos na Itália, na Tunísia, aqui em Vitória e na Suíça. Na Tunísia, em Túnis, na igreja de Sant Agostino a La Goulette; na Itália na paróquia de Oggiono, na de São José de Cascina Rizzardi, na de Santa Inês em Milão, na de São Pedro e Paulo em Uboldo, na Igreja do Crucifixo em Désio, na de São Roque em Mariano Comense, na de São Vito em Lentate, na de Santo Estevão em Birone; em muitas das Casas pertencentes aos pavonianos; na Suíça na Paróquia de Faido.

No entendimento dele, o acrílico – pintura acrílica – é o material que mais utiliza, porque lhe oferece condições para a técnica de misturar as cores, facilitando a construção de faixas e luzes que aparecem seus quadros.

Alberto domina bem a anatomia e na sua obra percebemos a perfeita sincronia entre os personagens. Seu estilo inconfundível reproduz figuras abstratas, onde  a fantasia viaja pela realidade, interiorizando  virtudes e desvirtudes  de suas personagens. É, à sua maneira, um neo-futurista, mesmo permanecendo fiel a uma figuração verista, iconográfica e iconológica. O abstrato acontece quando as linhas principais contornam todo o desenho, contribuindo para que  as faixas e luzes deem o toque sensível às pinturas. Mas futurista é a sua maneira  de cortar e coligar uma determinada cor para dar saliência a uma figura. Com um jogo de faixas, extremamente transparentes, quase quisesse inventar, abrir e fechar janelas imaginárias, ou melhor, interligar idealmente a presença imaginária dos personagens, nenhum dele abandonado sozinho, todos participantes de um projeto discursivo unívoco e incindível, ele cria a ilusão de um grande pincel passado na parede e em cada movimento do pintor são extraídas as imagens. Estas lâminas luzentes não estorvam, ao contrário, vivificam o ambiente, tonificando em maneira estupenda o já luminoso cromatismo. As luzes e a policromia interagem em perfeita harmonia, e a técnica usada pelo artista consiste em colocar primeiro as cores de fundo e depois extrair delas as figuras que aparecem quase transparentes e envolvidas nas faixas de luz e escuridão ao mesmo tempo. Todo este aceso redemoinho, que parece  envolver e desorganizar a pintura, não infirma a limpeza gráfica. É muito seguro no risco e o sabe  exemplificar nas suas figurações, que nunca permanecem estáticas. Não são manequins, mas pessoas verdadeiras, como a realidade quer. Pessoas com sentimentos, paixões, alegrias, sofrimentos, dor, esperanças e Amor. Aquele Amor intenso que enobrece e permeia a obra toda de Bogani. Quando se observa a arte deste pintor contemporâneo, tem-se a impressão de que as personagens estão vivas, prontas para colaborar  com o visitante para quaisquer  meras explicações. É a divina contemplação de personalidades, registrando suas presenças na terra!

Viajamos pelos espetáculos destes expressivos afrescos quando nos tornamos cumplices das suas fantasias!

O que fez para nós. A  composição, realizada no Santuário,  se dispõe nas paredes centrais da igreja com a seguinte temática: a Última Ceia (2002) e a Crucifixão (2002) na ábside do presbitério; a Anunciação (1999) e a Natividade (1997) ao lado direito; e a Ressurreição de Cristo (1997) e o Pentecostes (1999) ao lado esquerdo; além dos cinco personagens que encontramos na ábside do Presbitério (1995) e os quatro evangelistas nos pendentes que sustentam a abobada da cúpula central.

Diante deste dom que a Paróquia recebeu, nos deparamos, admirados com o esplendor das mãos solenes deste artista, escorregando pelas paredes do templo ora desenhando, ora pintando, ora orando, existindo em momentos de puro êxtase com o silêncio que combinou utopia e realidade.

A nobreza de sua arte desceu do Paraiso para parar na abóboda celeste do nosso Santuário!

Ao Alberto Bogani e a seus colaboradores Lino Borghi e Renzo Buonvicini, que durante madrugadas a fio expressaram suas artes vivificadas pelo amor de Deus, os agradecimentos de todos os paroquianos embevecidos pelo aroma das suas imaginações, combinando-as com a realidade e, por conseguinte, mostrando-nos que é possível sonhar pelas linhas da vida, sem que tenhamos de confrontamo-nos com os desdenhos que o cotidiano, ás vezes, nos prepara.

A Paróquia fiel guarda e revive também para o que nos visitarão, em seus quadros, a religiosidade e a cultura, naturais de sua essência humana. Que possamos ser de verdade fieis testemunhas na nossa vida desta fé que os quadros magnificamente professam!

A prestação de contas  dos gastos da reforma interna do Santuário de Santo Antônio, apresentada pelo Pároco, incluindo a finalização da colocação dos painéis acústicos nas outras semi cúpulas dá uma despesa do ano em R$. 16.865,08.

O material adquirido da Lojinha do Santuário foi de R$. 5.005,00

2004

No dia 28 de novembro é realizada a 1ª Eucaristia com pe. Roberto no Santuário

·  Infância missionária: Assessora Rejane – Coordenadora do Grupo Amanda,

 

2009

Comunidade do Santuário

O Conselho da Comunidade foi assim formado:

Coordenadora: Sônia Maria Lima Sgrancio

Vice-coordenadora: Marina Glória de Oliveira

Secretária: Maria da Penha Gegenheimer

1º Tesoureiro: Wilson Sgrancio

2º Tesoureiro: Marcelo Antônio Boina

 

2013

Comunidade do Santuário-Basílica

  • Coordenadores dos Círculos Bíblicos:

Tereza de Jesus Ferreira; Maria Valdirene Favalessa; Heloisa Ribeiro dos Santos;

2014

Comunidade Santuário-Basílica:

Responsável da Pastoral dos Enfermos e da Saúde:

Maria Auxiliadora Borges de Abreu Pimenta;

[1] Hilário Segismundo Soneghet. Nasceu em Pau Gigante, atual Ibiraçu (ES), a 23 de março de 1904. Faleceu em Vitória, a 3 de fevereiro de 1969.   Filho de imigrantes italianos, que se fixarem no Espírito Santo, passou parte da infância na terra dos pais. Poeta, diplomata, cirurgião dentista.  Cursou odontologia, na Escola de farmácia e Odontologia de Vitória-ES. A carreira de cirurgião-dentista foi dividida com a de escritor.  Foi membro da Academia Espírito-santense de Letras e vice-cônsul da Itália, no Espírito Santo.  Como escritor teve destaque na poesia, obtendo o 2º lugar no “Primeiro concurso Nacional de sonetos”, patrocinado pela revista Ilustração Brasileira, em 1950, no Rio de Janeiro. Obras: “Por estradas curvas”, 1971 (poesia, edição póstuma).

[2] De acordo com Adriana Bravin os moradores dividiram o bairro em três áreas: baixada, draga e maré. Quem mora na parte alta chama o pé do morro de Baixada. A Prainha, que para ficar pronta precisou ser aterrada, é conhecida como Draga. E o local onde ainda restam algumas palafitas é a Maré.

[3] Leia a sua vida na apresentação da Basílica.

[4] Dª Luzia Lanes que trabalhou muitos anos com os pavonianos, inclusive também como zeladora,  coordenadora dos trabalhos de limpeza e sacristã no Santuário, lembra muitas reflexões de Alberto Bogani. Nos santos, as pessoas encontram-se na escuridão do sofrimento e da dor, mas na medida em que se levantam para Deus encontram a luz. Interessante a reflexão sobre Madre Tereza: Madre Tereza é a caridade, símbolo deste ato de amor e não importa se a pintei quando ainda era vivente; não é importante se um vai se tornar santo pela Igreja ou talvez não. Importante  diante de Deus é o ato de amor que realizo agora. Madre Tereza deu a sua vida por amor dos pobres, Deus nunca irá condená-la. Madre Tereza trouxe aos demais a salvação espiritual, além da corporal, e sobre a mulher do povo anônima retratada foi uma maneira de homenagear as mulheres do Brasil, que cuidam das crianças próprias e dos outros.

[5] Sempre de acordo com Dª Luiza, eis os comentários de Bogani no quadro do Nascimento: Os homens querem ver Jesus; aquele que se esforça de passar na altura da viga, mesmo se encontra um obstáculo, também se esforça para ver Jesus. Maria levanta Jesus para mostrá-lo a todos os homens. Os dons que os pastores levam a Jesus são os da Pastoral da Criança: leite, pão e uma pombinha que é o desejo da Paz e transparência de todos nós ao convivermos com ela.

No quadro da Ressurreição: umas pessoas desanimam antes que a Ressurreição aconteça e chegam até sair do quadro. Mas o amor de Deus é mais forte do que a morte. Nunca devemos desanimar. Ele é o Vencedor.

[6] Na Anunciação, comentários do Bogani, de acordo com Luzia: Maria não era preguiçosa, quando o Anjo apareceu estava trabalhando. O Anjo colocando a mão na frente: Não tenhas medo! E no quadro do Pentecostes, a quem observava que tinha feito uma Nossa Senhora idosa, respondia: Ela já tem cinquenta anos e trabalhou a vida toda! e no grupo de uma mãe negra com ao lado três crianças: A chama do Espírito Santo está sobre a mãe. É ela que vai doar o Espírito às suas crianças. Parece neste quadro que umas figuras são somente esboçadas, mas são assim porque são movimentadas pelo vento do Espírito Santo.

[7] Dª Luzia relata os comentários do Bogani por ter colocado na Última Ceia Judas na escuridão e parecendo que quer arrastar tudo o que se encontra na mesa para junto dele: Ele tem fome de tudo para si!

Do alto o Pai participa com intensidade à ação de Jesus.

E na Crucifixão Maria coloca uma mão sobre a boca: É para não gritar pela dor. No lado escuro estão as pessoas do mau, os homens da Lei (o rótulo), do lado claro as pessoas do bem.  Da Cruz chega-se à luz. As figuras em baixo estão na escuridão, mas na medida em que chegam perto da Cruz passam a ser iluminadas.